pena que Penélope fosse tão...penélope.
que tivesse boca e seios mediterrâneos
mais belos que os da Monica Bellucci,
mas só charlasse de seu ex-, o pústula
Uh-lisses. Não dava muita alegria aos
pescadores da ilha que em redor do fogo
se encovavam para vê-la.Quando não era
Uh-lisses, era a arte de tricotar e coser.
A teia não ficava jamais pronta, o ato de
fazê-la escondia os atributos de Penélope,
e Penélope, assim, irava os deuses, mormente
Poseidon. Os deuses se irritam com quem
desperdiça sua vida. Deus dos Oceanos, Poseidon/
Netuno ordenou que uma tromba d’água atingisse
Penélope. Mas ela subiu no teto de sua casa em
Ítaca e continuou a coser, a mortalzinha de
voz chata e prosa irritante. Fez um chapéu de lã
para aguentar o sol e uma túnica para o frio.
E continuou a enaltecer Uh-lisses.
Poseidon, vendo a afronta de Penélope, propôs
ao Conselho dos Doze Deuses que o arquinauseante
Uh-lisses fosse logo libertado do cerco de Tróia
e voltasse para Penélope(não antes de sofrer um bocado,
mas,vejam,
ele mereceu!), dando fim à infinita teia
e à infinita lamentação sobre o ex-desaparecido.
Zeus e Juno deram aval. Atena também. Lá do Hades
Plutão gritou: Já era tempo! Mercúrio pessoalmente
escoltou o famígero até a porta de Penélope.E saiu
voando
com as mãos nos ouvidos para, sabem, não ouvir as
pieguices
que seguiriam. Que ótimo que Uh-lisses estava tão
cansado
que nem se podia entender o que dizia.
Mais uma vez
os deuses foram misericordiosos. É raro, mas
“contra a chatice extrema, extremas medidas!”(como
dizia um
velho cego chamado Homero que foi meu vizinho em
Atenas)
