perdido à noite no castelo da Alma
esta idéia primal e perigosa
que ao homem não concede ágio ou calma
enigma de tristeza, justa desonrosa.
ouço água correr, passos pelo salão
estampidos súbitos, espadas a brandir
vejo vultos nervosos, pegadas pelo chão
névoas prateadas, para onde devo ir?
janelas embaçadas, alçapões trancados
velas sem força contra a densa treva
minha fuga destes paços assombrados
consome a um tempo e enleva.
Alma, miragem da idade platônica
Te concebo uma criança delirante
Brincando de ser eva, una e mônica
Mas que, na verdade, és mutante.

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