na mesma casa morando
lorena e penélope
nunca se conheceram.
mas pela manhã
ambas saíam para o jardim
deitavam na grama
e se viam cercadas de passarinhos.
penélope sabia trigonometria
e lorena as capitais dos países
seus pais tinham morrido há muito tempo.
uma achava a casa muito grande
outra vivia reclamando do aperto.
um dia, à noite, tocaram a campainha.
penélope foi atender: no chão havia um
envelope endereçado a lorena.
Era um poema:
Quando as brumas diurnas
batem à porta, criança,
aguarde, que o Doutor vai chegar.
-quem será esta lorena?, disse penélope.
no outro dia o Doutor chegou e prendeu lorena
no sótão velho e vazio. ela não podia mais brincar com os pássaros no jardim.
de noite penélope ouviu choros e gritos,
pancadas na porta, e uma janela se quebrar.
mas pensou que fosse um sonho.
na manhã seguinte lorena estava caída na porta
da casa. não estava morta, mas bastante ferida.
penélope ligou para o médico, que veio depressa.
-essa menina que eu não conheço estava aqui na minha porta, Doutor, eu não entendo.
-vamos entrar, que vem vindo uma bruma estranha, disse o médico.
ele cuidou bem da menina e ela se recuperou.
lorena e penélope foram adotadas pelo Doutor e,
pela primeira vez, os três viveram felizes para sempre.

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