sonho com o hotel em que não estivemos,
naquela manhã do dia depois do falso golpe
de estado.
vestias negro e teu perfume gelava o ar,
que estava quente das explosões e cargas
de baionetas inexistentes.
revolução uma ova, tudo continua o mesmo:
o hotel, o péssimo serviço de quarto, os
aquecedores e chuveiros quebrados, os
lençóis, as volúpicas cortinas diáfanas, os
sinos mortos da catedral destruída, as
bandeiras pisadas pelos paisanos,
as crianças do gueto chorando a perda dos
pais e avós.
se isso não vai mudar nunca, dou-me o
direito de te seguir, Liberdade.
quando toco
a tua mão, porém, o sonho acaba.

Nenhum comentário:
Postar um comentário