quando chegas, à noite, eu sei que
a imensa lua jaz esquecida no céu,
um reflexo incompreendido,
uma absurda cicatriz
ou decalque do infinito.
não me perguntas nada,
ligas a TV e assistes desinteressada.
eu durmo embebido em memórias
de uma vida anterior,
de um deserto
sombrio,
de um universo
gélido e homogêneo como uma
nuvem branca.
(mas não sonho)
quando acordo, fico esperando que
venhas deitar comigo.
mas sei que estás atrás da porta
observando...
respiras forte: todo Início é complicado;
recrias a lua, em tua imagem e semelhança.
trocas as cores de tudo,
e chamas, enfim, o tudo de nada.
só tu podes fazer isso...
e agora, finalmente, eu sonho.

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