um desses jardins osmóticos,
separados do mundo
por uma frágil membrana
hoje, já adulto, sei que o que
percebemos, o objeto,
guarda semelhança
com o meu jardim.
nossa percepção das coisas,
o modo como percebemos,
se processa via membrana.
como eu disse, ela é frágil:
aqui, tem a espessura de um átomo,
ali, a de um universo- e é,
para nós, invisível, imprevisível.
funciona como um excêntrico, caprichoso,
seletivo espelho cujas razões
não compreendo.
(eu diria que mesmo nossas noções
éticas tem mais a ver com a imperfeição
de nossas ligações com a osmose que com
conceitos bobos como Bem ou Mal)
estas imagens maniqueístas nascem dessas
cognições imperfeitas.
Mas não adianta muito
"saber" disso. Temos que aprender
é a lidar com a dor que vem com a
"Sabedoria".
-Parti de minha infância em que era tonto e
feliz e agora chego à velhice, em que
sou sábio e, por isso, sofro.

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