-Quem é o dono deste blog maluco?
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-Saquei. Até mais!

domingo, 22 de maio de 2011

história de um professor



Numa distante cidade vivia
um professor bem pobrezinho,
sempre esquecido e sozinho
que poucas vezes sorria.


Dava aulas de manhã e de tarde.
No seu afã de encher o seu cofrinho,
O triste professor ia lento e comezinho.
Não tinha muita alegria, na verdade.


Um dia, porém, no pátio do colégio
Ele a viu: andava qual um patinho
Tinha as bochechas róseas, um carinho!
Pobre professor...caiu seu florilégio.


Foi juntar seu pesado livro poeirento.
Quando o buscou, neste instantinho
Seu amor sumiu num torvelinho
Procurou-a em todo canto, desalento...


Aquela tarde tornou-se a vida do mestre
Qual um sonho em desalinho;
Queria ver a criança, tê-la num cantinho,
Mais que uma rosa única e ancestre.


Tudo passava e era desimportante:
Aulas, latim e, enfim, o dinheirinho
Que ele gastou viajando atrás de seu anjinho,
Que, a cada dia ela parecia mais distante.


À noite, a vazia e solitária lua cheia
Vinha à janela exibir-se de mansinho
Pois tinha pena do professorzinho
Apaixonado por uma visão que vagueia.


Nas calçadas, nos museus e nos hotéis
Ele ia e perguntava em sorrisinho
Viu esta menina? Pegou este caminho?
Mas todos calavam, oh horas cruéis...


Bem, amigos, de um final feliz
Bem que eu preciso, a vida é um joguinho,
O que aconteceu com o mestrezinho?
Foi acaso sorte imaginação, um triz?



Sete  vezes sete sofrimentos além,
Naquele colégio, naquele pátio azulzinho
De céu, enquanto chovia do azevinho
Ele ouviu uma voz bela e triste também:


Professor, se um conto é isto, enfim,
Pelo  que li deste livrinho
Eu devia te dizer, baixinho
“Estou aqui porque te amo”, e te beijar, assim.

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