nada, sonhador,
na piscina de estrelas!
vês os pequenos lumes em fuga,
circulando silenciosos?
não nos dizem coisa alguma...
nós é que não nos convencemos do óbvio:
queríamos tanto viver que secamos a fonte da vida
(da nossa vida e a das outras espécies)...
somos casca, papel velho, sem selo, inscrições, instruções de uso, origens e/ou futuro.
um farol que surge da penumbra nos queima os olhos
não há chances
somos muito animados,
queremos fazer tudo, tudo ter
mas somos faltos de alma-
esta fata morgana ou arco-íris.
a morte resvalou nossos domos, e a pedra
não se segura mais.
dormimos e, fora de nós, os diques da percepção
borbulham secura, inconsistência, descontrole, negação.
nada, sonhador, te garante teus desejos, nada te concede
felicidade ou bom fado.
mas nadas na pequena piscina de estrelas...
onde tudo é afogar-se.
alguém me disse que a praia existe,
mas que significamos distância

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