na clareira, noite inteira
crepita a fogueira
o povo canta os hinos
há tambores e sinos
o equinócio se prepara
a vítima está na ara...
menina de branco vestida
pura virgem esquecida
o sacerdote é velho e divaga
tem à mão a taça e a adaga
de dentro da lúgubre floresta
um urro, ameaça funesta...
todos correm com medo
do vulto imenso e quedo
belas e nuas dançarinas
bêbadas, tontas bailarinas
lá vem ele... é o deus Pã?
Raivoso daquele afã?
Não... são dois meninos disfarçados
Espertos, bem safados.
Dispersaram aquele sabá
Garotos piores não há.
Assim somos nós, humanos,
Bobos o suficiente pra crer em deuses
Quando qualquer sonzinho da mata
Nos faz molhar as calças.
Os traquinas ficam com nossa comida
Nosso trabalho e tostões.
Isso ocorre há 10000 anos.
( Ninguém sabe o paradeiro
da virgenzinha... terá ido à Babilônia,
ou ao Sião?
Ou Sodoma? )
( Ninguém sabe o paradeiro
da virgenzinha... terá ido à Babilônia,
ou ao Sião?
Ou Sodoma? )

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