como poeta faço a ronda da noite
procuro os secretos atalhos para o dia
jardins, florestas, igrejas, cemitérios
que eu visito sob a lua lisa e fria
não tenho medo deste trabalho
não é desonroso buscar o sol nascente
então, com meu cajado da Arcádia
pastoreio muitas criaturas noturnas
goblins, trasgos, silfos e ondinas
que pelas fontes vagam impudentes
eu alerto dos perigos de Lucina
tiro muitos de um lobisomem dos dentes.
bakenekos, ayakashas e mononokes
são dóceis e frágeis, mas você, alma,
que sempre procuro por estas sendas,
morde-me de uma forma mais sutil.
não toleras que te busque, névoa acesa
caçadora letal, predadora alada
insatisfeita comigo, fátua pincelada
que não responde a minha tristeza...
__________________________

Nenhum comentário:
Postar um comentário