Alma, bato à tua porta
várias vezes, e és impresente;
só ouço o triste vento
e os ruídos da mente.
Forço a entrada, o teu quarto
é frio,
não como antes,
quando estávamos a brincar.
Será que eras uma idéia ou um sonho?
Faltas-me. Agarro-me
aos nossos brinquedos.
Eles são tépidos, brilhantes.
tudo que colecionávamos
era para sempre alegria.
Pouso na tua cama
é como um doce relevo de mar
Nos teus armários tens segredos
que naquela época alegre
desprotegias de mim;
hoje tudo está trancado, e
a luz que vem da janela
traz um alto convite à queda.
Alma, como o amor se tornou medo?
eras a areia que moldava meu universo
o sopro que dava vida e a tinta que coloria.
achei-te aqui a primeira vez
e foste sem te despedir naquela noite
em que perguntei teu nome.

Nenhum comentário:
Postar um comentário