Quantas eu amei consta, amigo,
No meu Arquivo Profano.
Dez por dia, mil por ano?
Enorme cifra, eu te digo.
Um requebro à rua,
Um sorriso diferente,
Amas momentaneamente
E esqueces a vida toda tua.
Encolhes-te de vergonha
Do amor da fugacidade
Gentil é o ser que sonha
Cruel é a realidade.
Surgem os aspectos disformes
Os nevos e as bexigas negras
Aquela com as madeixas gregas
Grasna com desbeiços enormes.
Meu Arquivo Profano é bestiário.
Eu sou feio e sem atributos
Mas sapiência desses estatutos
Tenho. A ninguém ergo sacrário.

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