na floresta das banalidades abstratas
mora a bruxa de linguagem infantil
para seu caldeirão onde fervem bravatas
ela atrai os caídos de deus no ardil.
muitos já viraram desta arte ossos e cera
muitos acharam-se fortes para resistir
aos encantos da bruxa que se esmera...
mas dela, em disfarce de fada, é difícil fugir.
te põe na gaiola e de doces te cobre
diz que deus é bom e que mais te dará
no fim estás estufado e não tardará
que mais nada de tua vontade sobre.
ela fala bem fininho e te hipnotiza
para ti é bela como um arminho
mas sob esta aparência mimetiza
um mal primevo, um doído espinho.
entra-te na carne, rouba teus esforços
não lutas mais, e no caldeirão borbulhas
não és mais nada, do fogo as fagulhas
consomem tudo, resta esqueleto e remorsos...

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