na cidade em que todos já dormiram,
eu passeio.
de calçada em calçada
deixo minha pegada.
a lua não me olha
o rocio não me molha
cuidado se você for um insone!
posso te ferir sem querer
ocorre que eu nasci assim:
arcaico caçador da noite,
tigrino predador
da gente desperta.
minhas garras cortam
o abstrato mais sutil
o concreto mais coeso.
tetos e muros são instantes...
tetos e muros são instantes...
oculto-me de cores e sons
suspendo-me do éter
invado tua casa,
deito do teu lado,
afio as unhas na tua chinela
depois da alba vou embora.

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