amo-te para meu deleite
és como um ornato ou enfeite
pendes de meus cabides
te faço abitar meu ego.
percebes que sou vazio...
a brisa testa-me as paredes
a sala, a cozinha, o sótão sem sol
tudo isso sou eu, cru e frio.
amar-te é um descomeço
não tenho origem, berço
satisfaço-me, só isso...
preencho o meu sumiço
deitando-te em meu leito
entendo tua dor como libido.
não, não entres neste quarto!
é onde fica meu espelho
minha imagem despida
que não posso suportar
ela tem os olhos alertas
sob as pesadas cobertas.
não não entre neste quarto!
- diz o eco.

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