hoje, dia dos namorados
não procurarei ninguém,
ninguém me telefonará.
(já não acontece nos dias
comuns, imagine no de São Valentim!)
Ficarei em casa, talvez saia
para comprar livros.
humm... acho que vou escrever uma trova.
gentil cavaleiro da Ausônia
neste mundo entraste
para ter amargos caminhos
na floresta te escondeste
comendo locustas e mel silvestre
achas que o amor é um desamor
uma nuvem de desconhecimento
beijos queimam, sexo é só torpor.
nasceste num mundo sem mágica
O único deus é Mamon
a beleza é comum como as rosas, mas
inteligência e elegãncia mofaram.
não tens vontade de lutar ou tocar
o incenso fede, a melodia é cinzenta, o vinho insípido.
creio que não te escondeste,
mas te reconciliaste...
na tua floresta, heliantos são mais girassóis.
constroi uma choupana
na beirada do lago
pisa a areia, molha o pé, fustiga a grama
com tua bengala.
deita tua espada sob teu leito solitário.
cuida dos animais, pois fostes um deles.
aproveita do silêncio e da penumbra
vive tua sabática velhice...
aproveita do silêncio e da penumbra
vive tua sabática velhice...
Por fim, amigo, sonambula e esquece.
Fora da floresta negra nunca amanhece.

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