DISSESTE

Disseste-me para apresentar aos outros os meus poemas, mostrá-los ao mundo.
Desculpe, mas resolvi não fazê-lo.
Um verdadeiro poeta, mesmo um dos mais pretensiosos, tem apenas um direito:
endereçar seus versos à sua Musa.
Talvez seja o único prazer que tenha.
Talvez seja o único processo pelo qual ele conserve sua pureza, sua sanidade, e possa,
ainda, sonhar.
Não me pergunte, ma muse, o porquê de eu ter te escolhido. Isto é coisa que não posso, não
sei, explicar. Questão de arquétipo, tabu, fetiche, sangue. Simplesmente, eu sei que é você.

...

Não consigo mais manter meus sentimentos adormecidos. Eles querem fugir, como os gatos,
pelos telhados da minha mente, com o nascer do sol. Viver assim é como acordar antes da alvorada
para vê-la chegar e nunca, nunca, ver isto se concretizar. É desfazer-se nas garras do tempo.

je t'adore ô ma déesse exquise même si tu n'es que dans mon imagination(G.A.)