6 horas da tarde e tudo ecoa no mundo.
os sinos dobram, triplicam.
as multiformes expectativas se abraçam
e gotas de sol vestem as praças, as ruas,
os prédios, de verde. e eu aqui, lendo livros,
no que se pode chamar de longa jornada
vida adentro, distribuindo minha solidão
às pobres letras, compartilhando partículas
leves e níveas que pipocam do nada e desaparecem.
este terrível sonho de terminar meus dias como
uma esfinge cansada naturalmente acabará, um dia.
Não existirá a luz, nem a sombra, só um contexto temporal
uma aurora neutra que se inflama enquanto rejuvenesce
silenciosamente.
Virão as estrelas, despidas de atributos, e celebrarão
com grácil atitude as primeiras centelhas que deram
à luz outras centelhas...
num céu de relojoeiro beijado pela musa da suprema harmonia.
talvez seja esta a tendência lógica de todo construto mental,
ou, apenas, afinal, tudo seja trepidante, insinuante,
vivente sonho de adolescência de uma divindade conhecendo
o próprio corpo, diante de um espelho que reflita até mesmo no escuro.
tão logo as letárgicas penas da tarde se percam(18.03.01).................

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