A porta se abre.
A serpente se vai,
para não retornar.
Mas a Rainha ainda dorme
dentro de sua Câmara
no alto da Torre.
Um brilho deslizante
desce pela escada.
O dia nasce eo sol bate à janela, curioso.
*
Na casa dos sonhos
Os corredores se interlaçam noite
após noite, formando
um trançado complexo.
Às vezes, surgem armadilhas, calabouços,
becos sem saída, túneis
e precipícios.
Gosto desses pontos sombrios
onde tudo é medo e ameaça.
São alternativas ao Infinito Espaço Aberto
que se espalha
num melancólico padrão divergente,
cujo sussurro irônico induz pesadelos.
O labirinto é um demorado jogo
Um anestésico vislumbre
de runas antigas.
A caverna espera.
Seu odor é suave
E adocicado.
Os brilhos à entrada
lembram as
Piras da Inquisição.
Agrada-me ouvir
o crepitar da madeira. As preces e maldições,
para mim, não têm sentido.
A matéria é laborada,
em vias de renascimento.
Meus olhos procuram
através da fumaça
A maçaneta da inadmissível porta dourada.

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